Dia Mundial do Diabetes: a importância da conscientização

Dia Mundial do Diabetes: a importância da conscientização

14/11/2020

O Diabetes Mellitus (DM) configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em um grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo.

O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo.

No dia 14 de novembro, comemora-se o dia Mundial da Diabetes, em homenagem ao aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.

Em 1991, a IDF (Federação internacional de Diabetes), em conjunto com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e preocupada com o aumento dos índices da Diabetes no mundo, cria este marco com o objetivo de conscientizar a população mundial a respeito da posologia e do tratamento da doença.

No entanto, apenas em 2007, está data foi reconhecida pela organização das Nações Unidas com a aprovação da Resolução das Nações Unidas 61/225.

Devido à importância desta data, preparamos um conteúdo completo para informar sobre a doença. Confira os tópicos que vamos abordar!

Prevalência mundial e no Brasil

A preocupação com a situação atual do DM mobiliza pesquisas científicas em todo o mundo e os números confirmam um aumento crescente em todos os países, independente do seu grau de desenvolvimento.

Em 2017, a IDF estimou que 8,8% da população mundial com 20 a 79 anos de idade, aproximadamente 424,9 milhões de pessoas, vivia com diabetes. Se as tendências atuais persistirem, o número de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 628,6 milhões em 2045.

Uma porcentagem maior, cerca de 79% dos casos, vive em países em desenvolvimento, nos quais deverá ocorrer o maior aumento dos casos de diabetes nas próximas décadas. No Brasil, o número é, também, alarmante com 12,5 milhões de diabéticos, o que corresponde a 12% da população em 2017.

A projeção estimada em 2045 é de 20,3 milhões correspondendo entre 18,6 a 22,1% da população. Em 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério da Saúde, estimou que 6,2% da população brasileira com 18 anos de idade ou mais referiu diagnóstico médico de diabetes.

Destes, 7,0% nas mulheres e de 5,4% nos homens, com maior taxa de diabetes (9,6%) nos indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto.

No Brasil o número de pacientes com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos.

Mas, afinal, o que é Diabetes Mellitus? Qual a diferença entre os diferentes tipos de diabetes? Como tratar e como se prevenir? Confira nos próximos tópicos!

O que é Diabetes Mellitus?

O termo diabetes descreve um grupo de distúrbios metabólicos caracterizados e identificados pela presença de hiperglicemia, ou seja, excesso de açúcar no sangue, quando o organismo se torna incapaz de produzir insulina ou produz quantidade insuficiente para suprir a demanda interna do metabolismo. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e responsável pela digestão dos açúcares ingeridos através da alimentação.

Estes distúrbios metabólicos comprometem a secreção de insulina, a ação da insulina, ou ambas. Ou, ainda, ocasionam distúrbios do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. Cientistas afirmam que, a longo prazo, o diabetes acarreta complicadores para a saúde: retinopatia, nefropatia e neuropatia.

Entre outras complicações como problemas cardíacos, doença arterial periférica e cerebrovascular, obesidade, catarata, disfunção erétil doença do fígado gorduroso não alcoólica. Sintomas como sede, poliúria, visão turva e perda de peso podem indicar algum tipo de disfunção metabólica associada à diabetes.

Tipos de diabetes

Os tipos de diabetes mais frequentes são o diabetes mellitus tipo 1 (DM1), anteriormente conhecido como diabetes juvenil, que compreende cerca de 5 a 10% do total de casos, e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), anteriormente conhecido como diabetes do adulto, que compreende cerca de 90% do total de casos.

Outro tipo de diabetes encontrado com maior frequência e cuja a causa ainda não está clara é o diabetes gestacional (DG). As gestantes apresentam os sintomas da doença no período gestacional. O acompanhamento pré-natal é importante para este monitoramento e 80% dessas pacientes desenvolvem a doença no decorrer da vida.

Outros tipos específicos de diabetes menos frequentes podem resultar de defeitos genéticos da função das células beta, defeitos genéticos da ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino, endocrinopatias, efeito colateral de medicamentos, infecções e outras síndromes genéticas associadas ao diabetes.

Conscientização da doença

Uma informação muito importante: No Brasil, 46% das pessoas portadoras de diabetes desconhecem que tem a doença, dos 54% que tem o diagnóstico, somente a metade se submete a algum tipo de controle e tratamento, o que
gera um grande problema de saúde pública pelas comorbidades que a doença promove.

Pessoas com diabete precisam ser apoiadas para realizar mudanças em seu estilo de vida e serem instruídas sobre como fazê-lo, uma vez que as mudanças precisam ser mantidas para toda a vida.

O ideal é que o paciente seja atendido por uma equipe multidisciplinar de saúde, ao menos no início do tratamento, por se tratar de uma doença sistêmica, isto é, que acomete vários sistemas do corpo. Essa equipe é capaz de fornecer informações sobre as consequências dos maus hábitos, além de auxiliar na mudança de comportamento e aumentar a aderência às recomendações dos médicos.

O controle da diabetes exige uma consciência do paciente, como também da sua rede de apoio. Do contrário, ele fica mais vulnerável às recompensas imediatas, dificultando a tomada de decisão em prol de manter um estilo de vida saudável, e consequentemente evitar comprometimento na qualidade de vida.

As principais consequências do descontrole glicêmico e complicações que aumentam o risco de mortalidade são: insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular.

Dicas de prevenção e controle do diabetes

O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, como rápida urbanização, maus hábitos alimentares, estilo de vida sedentário e excesso de peso.

O controle glicêmico é fundamental para suportar o tratamento da doença.
A prevenção da doença está diretamente relacionada com hábitos de uma alimentação saudável, práticas regulares de esportes e atividade física, assim como ter momentos reservados para a diminuição do stress acarretados pela vida moderna.

Alimentação

1. Uma alimentação saudável baseada em alimentos integrais e não processados.
2. Dar preferência a alimentação fresca e natural, evitando os enlatados, embutidos e industrializados.
3. Comer diariamente verduras, legumes e frutas e reduzir o consumo de sal, açúcar e gorduras.
Atividade Física

1. Utilizar as escadas sempre que possível, evitando o uso do elevador.
2. Fazer exercício físico regularmente, pelo menos 3 vezes na semana, durante 30 minutos, seguindo sempre a orientação do seu médico.

Hobbies e Lazer

1. Buscar lazer com a família ao ar livre em parques e trilhas ecológicas.
2. Meditar, ouvir música, dançar
3. Parar de fumar e reduzir o consumo de bebida alcoólica

Diabetes e Covid-19

Em tempos de pandemia mundial, é importante chamar atenção para o diabetes descontrolado, pois a doença é considerada, pela Organização Mundial de Saúde, como um dos fatores de risco, pois torna as pessoas mais suscetíveis às complicações do Covid-19, em função do descontrole glicêmico presente nos indivíduos com pré-diabetes ou obesidade.

 

Para saber mais sobre como controlar o diabetes por meio do automonitoramento, acesse nosso conteúdo sobre a importância do Medidor de Glicose!

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