A vida de quem está acima do peso considerado ideal é cheia de desafios. Começa pela falta de espaços adequados. Atos simples do dia a dia, como encontrar uma cadeira confortável, passar pela catraca do ônibus ou comprar uma roupa, são motivos de grande sofrimento.

Sem falar do julgamento das pessoas. Para muitos, estar fora do padrão é estar doente.

Por isso, é fundamental entender as diferenças entre sobrepeso e obesidade.
Enquanto uma pessoa com sobrepeso tem a condição de vida saudável, com taxas regulares, a obesidade pode afetar diversos órgãos e sistemas do corpo.

Nos dois casos, é preciso ter cuidados na busca de um estilo de vida saudável. Abordar o tema com atenção e respeito ajuda a derrubar “falsas verdades”.

O que causa a obesidade?

A obesidade foi declarada doença pela American Medical Association, em 2013. O objetivo da associação foi ajudar a comunidade médica a evidenciar o tema e criar estratégias eficazes para combater o problema.

Uma pessoa é considerada obesa quando possui acúmulo anormal ou excessivo de gordura de modo a causar uma alteração funcional, estrutural ou até mesmo comportamental da saúde.

Para o diagnóstico, muitas vezes é utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC), calculado a partir da razão entre o peso dividido pela altura ao quadrado (IMC = peso/altura x altura). Resultado acima de 30 já indica um sinal de alerta para a obesidade.

Contudo, especialistas apontam que o uso exclusivo do IMC para determinar a obesidade não é recomendado, já que a ferramenta não faz distinção entre massa magra e gordura. A opção é o exame de bioimpedância, que traz uma leitura muito mais precisa da composição corporal. Ele deve ser feito com suporte de um profissional especializado.

São esses especialistas que também vão apontar com precisão a causa da obesidade: genética, doenças pré-existentes, transtornos mentais, uso de medicamentos ou mesmo o estilo de vida do indivíduo. E indicar o tratamento adequado a depender da condição de cada paciente.

A obesidade pode trazer, ainda, o risco do desenvolvimento de mais de 200 doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas hepáticos.

Como tratar?
Não há um tratamento único para todas as pessoas obesas. Na maior parte das vezes, acontece com uma equipe multidisciplinar: endocrinologista, nutricionista, educador físico e até mesmo psicólogo.

Não é segredo para ninguém que a manutenção do peso e da qualidade de vida passam pela alimentação saudável, atividade física e, em alguns casos, por medicamentos e terapia.

Ainda assim, perder peso é um processo difícil. Uma vez que a obesidade causa desequilíbrio no organismo, sobretudo nos hormônios ligados à fome e à sensação de saciedade, é comum que essa desregulação se mantenha após a perda de peso. Ou seja, é normal que o paciente sinta ainda mais fome nos primeiros meses. Segundo os especialistas, é uma “batalha” contra o próprio organismo.

O cuidado além da culpa
Como falamos no início, as pessoas com sobrepeso e obesidade sofrem preconceitos que vão além das piadas: falta de acesso a serviços, espaços de convivência e até de oportunidades no mercado de trabalho. Precisamos entender que não há regras e padrões quando se trata de saúde. Julgar alguém pela aparência causa culpa e sofrimento mental a essas pessoas.

Cada organismo funciona de um modo e, por isso, o ideal é buscar um estilo de vida saudável. Isso serve pra todos. Prática de atividades físicas, alimentação balanceada e visitas frequentes ao médico podem reduzir o surgimento de doenças e garantir uma relação mais positiva com o próprio corpo.