Algumas ideias equivocadas e preconceitos ainda cercam o diálogo sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Mas isso não pode ser tabu! As ISTs estão entre os problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo, com mais de 1 milhão de casos registrados, diariamente, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A campanha de prevenção, batizada de Dezembro Vermelho, tem um papel importante de desafiar essas percepções sobre as ISTs, abrindo caminho para a proteção, a conscientização e o tratamento adequado. Falar abertamente e se aprofundar na temática é fundamental para que possamos avançar, enquanto sociedade, na prevenção.
O que são as ISTs?
São doenças provocadas por agentes infecciosos (bactérias, vírus, fungos e protozoários), que são transmitidos, principalmente, por contato sexual sem o uso de preservativo. Isso inclui qualquer tipo de relação sexual: vaginal, anal e oral.
Existem várias ISTs, cada uma com as suas características específicas. Algumas ISTs podem não apresentar sintomas evidentes - o que não quer dizer que não prejudicam o organismo da pessoa infectada.
As infecções podem afetar os órgãos genitais, mas também outras partes do corpo. A AIDS, por exemplo, é uma das mais conhecidas. Ela é causada pelo vírus HIV, que afeta o sistema imunológico, comprometendo a capacidade do corpo de combater outras infecções e doenças. Mas também existem outros tipos de ISTs como: gonorreia, clamídia, sífilis, herpes genital, HPV e hepatites virais.
Desmistificando os conceitos de contaminação
As ISTs podem afetar qualquer pessoa, independentemente da identidade de gênero ou orientação sexual, já que a ejaculação masculina não é a única forma de contaminação. A prática sexual entre mulheres também pode ocasionar a transmissão.
Além disso, a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de agulhas e, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Prevenção e tratamento
O sexo seguro - seja ele oral, anal ou vaginal - é o melhor método de prevenção contra as ISTs, então a utilização correta e consistente do preservativo (masculino ou feminino) deve ser sempre priorizada.
Realizar testes regulares, conversar com parceiros(as) sobre histórico de saúde e práticas seguras, receber vacinas para ISTs preveníveis, como HPV (Papilomavírus Humano) e Hepatite B, evitar o compartilhamento de objetos perfurantes e procurar estabelecimentos confiáveis para a realização de procedimentos estéticos também são passos essenciais para garantir a proteção.
Com esses métodos de segurança, cuidamos de nossa saúde, favorecendo o diagnóstico precoce, que facilita o tratamento e eleva as chances de cura. Como são muitos os tipos de infecção e suas especificidades, os tratamentos variam. Alguns envolvem antibióticos, outros contam com terapia de suporte.
Hoje, o HIV/AIDS já é uma condição tratável e controlável, com medicamentos antirretrovirais (assegurados gratuitamente por lei) para controlar o vírus, retardando a sua multiplicação no organismo. Ou seja, uma pessoa soropositiva também pode ter qualidade de vida, mantendo os cuidados médicos regulares e um cotidiano saudável.
Promover a aceitação e o cuidado para aqueles afetados pelas ISTs é uma responsabilidade de todos. Devemos contestar as narrativas negativas e empoderar as pessoas com conhecimento e acesso a medidas preventivas. O Dezembro Vermelho não é só sobre saúde sexual, é sobre a necessidade de construir uma comunidade mais responsável, consciente e protegida.