A gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública devido ao risco tanto para a mãe quanto para o bebê. Por isso, é importante desenvolver ações que possam informar sobre a importância da prevenção da gravidez na adolescência.

Pensando nisso, foi instituída em 2019 a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência. A semana é realizada sempre no período que inclui o dia 1º de fevereiro e envolve uma série de ações de conscientização sobre os riscos e consequências de se engravidar nesta fase da vida.

A seguir vamos trazer alguns dados e informações importantes que você precisa saber sobre o tema. Continue lendo para conferir, mas antes veja os tópicos que vamos abordar:

Conheça a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência

Esta semana foi instituída pela Lei Nº 13.798, que acrescentou o art. 8º-A na Lei nº 8.069, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente.

O principal objetivo das ações desenvolvidas durante esta semana é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas, que possam contribuir efetivamente para a redução dos casos de gravidez na adolescência.

Esta é uma séria questão de saúde pública que afeta toda a sociedade e causa impactos negativos para as adolescentes e seus bebês. O desenvolvimento de políticas públicas e a promoção do acesso a informações sobre o tema são essenciais para a prevenção da gravidez na adolescência.

Segundo informações do Ministério da Saúde, que foram reunidas pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e divulgadas em 2021, mais de 19 mil crianças nascidas vivas, por ano, são de mães que tem idade entre 10 a 14 anos.

Gravidez na adolescência: uma responsabilidade de todos

Escolas, famílias, poder público e toda a sociedade têm um papel importante, uma responsabilidade, para evitar a gravidez na adolescência. A UNFPA estima que meninas de famílias com pouca renda, com os níveis mais baixos de escolaridade e provindas de comunidades indígenas e afrodescendentes, são desproporcionalmente afetadas pela gravidez precoce.

É importante considerar também o risco de uma gravidez na adolescência para as mulheres. De acordo com o Relatório Situação da População Mundial 2021, publicado pela UNFPA, nos países de baixa e média renda, a principal causa da morte de meninas entre 15 a 19 anos são as complicações durante a gravidez e o parto.

Além disso, o relatório também aponta que as mães adolescentes têm taxas muito mais altas de complicações. Isso gera um maior número de bebês que nascem sem sinais de vida e também de mortes de recém-nascidos, quando comparados com mulheres que se tornam mães com idade entre 20 e 24 anos.

Essas informações reforçam o quanto a questão é séria e merece receber a devida atenção. Todos precisam cumprir seu papel, sua responsabilidade, para que a gravidez precoce não aconteça.

Outro ponto importante que precisa ser considerado é a questão da vulnerabilidade à violência sexual, que é um problema relacionado aos direitos humanos e à saúde pública. O abuso sexual é crime e pode gerar significativas consequências biológicas, psicológicas e sociais.

Contracepção e educação como formas de prevenção

Para promover a prevenção da gravidez, é essencial que os jovens tenham acesso à informação. Além de ser um risco para a saúde das jovens mães e dos bebês, a gravidez na adolescência pode gerar uma série de impactos na vida. Como já dissemos aqui, existem riscos à saúde física, mas é preciso considerar também o impacto psicológico que uma gravidez pode gerar para a adolescente.

Existem diversas outras questões envolvidas como, por exemplo, a interrupção dos estudos, problemas com a aceitação familiar, e o próprio desenvolvimento pessoal da adolescente é comprometido por essa mudança drástica. Em casos de famílias de baixa renda também é preciso considerar a falta de condições para criar a criança.

Então, é essencial promover a educação sexual, adaptada às diversas faixas etárias de crianças e adolescentes. Os jovens precisam conhecer os métodos contraceptivos, pois além de promoverem a prevenção de uma gravidez precoce, evitam que infecções sexualmente transmissíveis (IST) sejam contraídas.

A seguir, confira quais são os métodos contraceptivos e o tipo de proteção que oferecem:

  • Evita a gravidez e a transmissão de IST: camisinha masculina e feminina;
  • Evita a gravidez: diafragma, pílula anticoncepcional, hormônio injetável, anel vaginal, pílula do dia seguinte, adesivo hormonal, implante subcutâneo, dispositivo Intrauterino (DIU) e espermicidas.

A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é utilizar dupla proteção, combinando o método contraceptivo de barreira (camisinha), com o método contraceptivo hormonal. Isso vale para todas as relações sexuais.

A prevenção de uma gravidez precoce permite que a jovem possa concluir seu desenvolvimento, ter acesso aos estudos e, desta forma, se preparar melhor para sua vida. A gravidez precoce pode impedir o ciclo saudável de crescimento, fazendo com que as jovens mães não tenham a qualificação necessária para ingressar no mercado de trabalho, por exemplo. Isso pode gerar, como consequência, a continuidade do ciclo de pobreza e desigualdade que, infelizmente, acomete muitas famílias brasileiras.

A promoção de ações que reforçam os riscos e a importância da prevenção da gravidez na adolescência pode fazer a diferença na vida de várias meninas.